Economista e autor do livro Depois da Tempestade, Amorim falou sobre os ciclos históricos vividos pela economia brasileira para empresários e as oportunidades durante o período de crise.
Por Priscila Cavalcante
“Nunca desperdice uma boa crise”. A frase encerrou e resumiu a ideia central da palestra do economista Ricardo Amorim na noite desta quarta-feira, 21/09, durante o 2º Encontro Estadual da Indústria realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) em Palmas. Amorim discorreu sobre ciclos históricos da economia e política do País para explicar a origem da crise e prováveis desdobramentos para uma plateia de empresários e convidados.
Na abertura, o presidente da FIETO, Roberto Pires, destacou impactos da crise na economia com a previsão de encolhimento de mais de 7% entre 2015 e 2016. “Mas podemos dizer que com as mudanças políticas já percebemos alguns sinais de retomada. Por mais motivos que tenhamos para desconfiar não podemos negar que muitas coisas inéditas e necessárias têm acontecido em nosso País”, disse Pires.
O presidente destacou ainda números de sondagens realizadas com o empresário industrial que demonstram a diminuição da queda da produção e evolução no número de empregos gerados na indústria. O gancho otimista predominou também na palestra de Ricardo Amorim que desafiou os empresários presentes a envolverem-se no processo político como opções de “lideranças verdadeiras” a fim de evitar o surgimento do que chamou de “falsos salvadores da pátria”, a exemplo do ex-presidente da República, Fernando Collor.
Mesmo considerando esta a pior crise dos últimos 115 anos no Brasil, o palestrante fez uma retrospectiva histórica do Brasil que demonstrou a repetição de ciclos que podem ser favoráveis até mesmo para o empresário neste momento que, segundo ele, precisa melhorar seu produto, processo, serviço e atendimento.
“Até 3 anos atrás contratar gente era impossível, o salário estava lá em cima, você não achava. Agora tá cheio de gente boa dando sopa. Segundo, treinar. Ao investir em treinamento quando o mercado tá aquecido, você corre um tremendo risco de gastar, treinar e dois meses depois ele vai embora com uma oferta do concorrente”, exemplificou Amorim.
O economista, autor do livro Depois da Tempestade, analisou ainda o impeachment da ex-presidente, Dilma Roussef, atribuindo-o a uma sucessão de erros na condução da economia e à queda do PIB por um período longo. Ainda com foco na retrospectiva histórica, Ricardo Amorim citou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como um nome com grande chance de ser o próximo presidente da República.
Ricardo Amorim é formado em Economia pela Universidade de São Paulo, pós-graduado em Finanças Internacionais pela Escola de Ensino Superior de Ciências Econômicas e Comerciais (ESSEC) de Paris, com mais de 20 anos de presença destacada no mercado financeiro global. É considerado pela revista americana Forbes o economista mais influente do Brasil e apresenta o programa Manhattan Connection na Globo News.
Serviço: Assessoria de Imprensa FIETO (63) 3229-5775